Central Park

Adelle levantou-se. Ouvira alguém chamar seu nome, mas não havia ninguém lá que conhecia. Seus velhos conhecidos estavam mortos ou estavam exterminando o mundo.
Mas,logo virou-se para uma moça sentada em um banquinho, olhando diretamente para ela, cobrindo sua boca com uma das mãos.

A mutante foi até ela, e parou em sua frente com as mãos na cintura:


-Me chamou? Me desculpe, mas é que não me lembro de você. Já nos conhecemos antes?

Adelle analisou vagarosamente a meta-humana a sua frente. Já havia encontrado meta-humanos com os mais diversos poderes, mas encontrar alguém que prevê o futuro? Era uma esperiência totalmente nova para ela.A francesa já sabia o que esperar de poderes mais "físicos", mas dos mentais...

Charlotte não aparentava pertencer a nenhuma das organizações que Adelle conhecia e era indiferente: não possuía o olhar altivo dos Ômegas, nem o pesaroso dos Alphas.Era apenas mais uma que parecia não compartilhar ideais loucos e sonhadores.Assim como ela.

Adelle sempre teve os dois pés no chão. Ela não matará Caos por orgulho, para criar uma nova civilização, para ter poder. Ela matará Caos para devolver aos seres humanos o que é deles por dreito: o planeta Terra.Se a garota a sua frente tivesse um gênio parecido, as duas se dariam muitíssimo bem.

-Neutra?- perguntou.

Adelle ficou enfurecida: suas faces se tornaram vermelhas e ela mordeu os lábios com força, soltando pequenos filetes de sangue.

-Eu não sou Calígena. Que fique bem claro. Só porque Caos por um segundo encontrou uma semelhança absurda entre mim e sua amada, não quer dizer que eu realmente seja a reencarnação dela. Perdi muita coisa devido o erro dele de pensar dessa maneira. Eu poderia ter uma vida simples e pacata! Ganhei muito com essa nova vida, mas perdi mais.

Sentou-se no banco, ao lado de Charlotte, olhando para baixo, com os pensamentos perdidos.

-Poucos notam que o meta-gene é uma maldição. Não que eu não goste do meu poder, mas são todos tão fúteis e infantis que não notam a responsabilidade em suas mãos. Sei que muitos me acham nada perigosa e bastante louca, mas, posso ser ameaçadora se eu quiser. Eu dou vida, mas também posso tirá-la...- Adelle deviou-se do assunto.- Liberta? Você era cobaia do governo?

Sabia o impacto que minhas palavras teriam na jovem moça, mas queria saber até que ponto podia confiar em sua estabilidade, então agora sabia como deixa-la motivada a lutar.

- Me desculpe se isso foi maldoso, mas eu cresci assim então, não fique zangada. - presumi que entendesse meu ponto de vista.

Observou que a Meta-Humana se sentou ao seu lado, e lhe estendeu o saco de pipocas assim que terminou de falar.

- Não acredito que para mim seja uma maldição, agora eu consigo dizer quando e onde seram as próximas áreas atacas e me manter longe. Por enquanto ainda não tenho nenhum motivo para tentar ser destrutiva. Eu fui cobaia por muito tempo, e foi o meu dom que me proporcionou minha maior benção. Então não o encaro como uma maldição, embora seja por isso que eu não tenho uma família e tenho medo de descobrir porque não sei o que esperar. Então prefiro manter essa parte de minha vida desconhecida até mesmo por mim mesma. - parou de falar e suspirou - Ainda não sei o que fazer, mas decidi que tenho que usar meu dom para deter Caos, eu ajudar alguém que o possa fazer.

Ainda olhando para a Meta-Humana deixou que seu corpo relaxasse sobre o baco, desceu a cabeça de lado até que repousou a mesma sobre o ombra da jovem Adelle.

- Quando você acha que tudo isso vai acabar? - disse sem nenhuma esperança de resposta.

Adelle olhou para os olhos da outra.
-Acho que nunca irá acabar enquanto Caos respirar.
-Cansei de ser pacífica. Por mais que deteste fazer isso, eu preciso de algum dinheiro.


Havia algumas pessoas fazendo piquenique debaixo de uma pitangueira. Eram todos jovens universitários, aparentementec oriúndos de famílias abastadas. Estavam tão distraídos que não notaram os galhos da árvore entrarem em seus bolsos e bolsas e retirarem suas carteiras.

-Desculpe. Eu realmente estou precisando.- levantou-se- Já volto.

Correu até por trás da pitangueira e a escalou. Pegou apenas o dinheiro. Os galhos da árvore então devolveram as carteiras. Adelle retornou, contando seu dinheiro.

-Isso deve ser suficiente.-sentou-se.

Off: Na verdade, eu roubei 300 dólares, mas gastei na compra da minha pistolinha, hihi.

-Sim, já ouvi falar. É uma boa oportunidade para ver as habilidades os outros e seus temperamentos. Afinal, nesses dias de hoje, como saber se os meta-humanos são seus amigos ou inimigos. Enquanto ao casal, pode ficar para você. Já tenho o suficiente por hoje. E afinal, não podemos abusar: só roubei porque um dia, vou pagá-los devolta, com a morte de Caos, o ser que envenena esse mundo.

Off: Arrazou então no roubo. KKKK. Então se eu fizer uns furtos eu recebo o dinheiro mesmo?

Analisou a expressão da jovem e disse:

- Então ainda tem objetivos de ajudar a humanindade né? - suspirou - Depois do que houve comigo, ainda não pretendo ajuda-los. Talvez um dia no futuro, a parte dele que eu desconheço, talvez lá eu possa ajudar diretamente.

Mudou de assunto e começou a falar do campeonato:

- Sim, o campeonato vai ser de grande ajuda. Preciso praticar, minhas habilidades não me garantem uma defesa perfeita, ainda preciso melhorar meu corpo. Mas conhecer os outros Meta-Humanos vai ser bom, talvez eu encontre alguém com quem eu possa me juntar. - suspirou, se levantou e começou a caminhar em direção a saida do parque - Quem sabe.

Andando saiu dali, com o coração apertado por ter que deixar uma moça tão bonita a própria sorte, mas era assim que eram as coisas, a moça já estava acostumada.

Off: Sim.O valor você vai ter que conversar com o Caos (Ex-Nicolau), o moderador.

Adelle levantou-se e alcançou Charlotte. Parou em sua frente e abriu um sorriso.

-Talvez você encontre algo útil nas lojas.E quanto ao torneio... Se você quiser ser minha dupla, me sentirei honrada.Aqui está o meu cartão.- Adelle entrega uma pétala de rosa branca para Charlotte- Pois bem, já está na minha hora de ir. Como outra boa n?ômade, você sabe que não podemos ficar para sempre em um mesmo lugar.Au revoir!

E saiu correndo entre as árvores do local, desaparecendo da vista de todos.